novos ambientes de trabalho
Nos escritórios já se pode observar um crescente interesse por tratamentos acústicos (Foto: Divulgação/Saint-Gobain)

Como serão os novos ambientes de trabalho?

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Espaços mais seguros e ventilados, com boa qualidade acústica, lumínica e ergonômica serão as principais tendências nos próximos anos. As empresas passam a procurar por essas características para os seus novos ambientes de trabalho.

A pandemia da Covid-19 mudou completamente a maneira como os profissionais que trabalham em escritórios se relacionam com a rotina. Durante os anos de 2020 e 2021, milhões de pessoas adotaram a modalidade de trabalho remoto mundo a fora. Ainda não se sabe quando – e como – os escritórios voltarão a ser reocupados, mas é certo que tanto arquitetos quanto profissionais de acústicas estão repensando seus projetos para adequá-los a nova realidade pós-pandemia.

“Há um novo olhar na arquitetura; a busca pela qualidade de vida se tornou essencial. Durante a pandemia, os usuários perceberam melhor como são seus ambientes de trabalho e suas residências. O conforto ambiental é uma prioridade hoje”, explica Cândida de Almeida Maciel, diretora executiva da Síntese Acústica.

MODALIDADE HÍBRIDA

A diretora aposta na modalidade híbrida de trabalho, que alternam atividades presenciais e tarefas realizadas em casa, como uma forte tendência nos próximos anos. “Cada modalidade de trabalho tem sua vantagem. O escritório tradicional permite que as pessoas interajam. Já a modalidade home office apresentou uma grande praticidade, permitindo que se trabalhe a partir de qualquer parte do mundo. Acredito que as reuniões on-line permanecerão, com parte da equipe do escritório trabalhando de forma presencial e a outra, em home office”, avalia.

Para Débora Barreto, CEO da Audium, o home office veio para ficar. Mas ela ressalta que a busca por espaços mais confortáveis, inclusive com boa acústica, tende a aumentar. A criação de ambientes mais preparados e menos improvisados, assim como a adequação dos espaços em termos de conforto térmico, acústico e luminotécnico, devem ser o foco dos projetistas nesse momento. “Não acredito que o home office irá substituir definitivamente o escritório tradicional, até porque é necessária integração e relacionamento interpessoal. Quimicamente os seres humanos precisam uns dos outros. Mas acredito que haverá um equilíbrio maior entre o trabalho remoto e o presencial”, completa.

MUDANÇA DE PARADIGMAS

Como as pessoas tiveram que conciliar os ambientes de trabalho, lazer e descanso em um mesmo espaço, as carências no conforto ambiental foram claramente perceptíveis. Algumas empresas e funcionários tiveram que se adaptar à modalidade home office, mas defrontaram-se com espaços completamente inadequados.

“Para melhorar sua produtividade de trabalho, tiveram que fazer mudanças. O mesmo ocorreu com os escritórios tradicionais. A percepção das dificuldades que o espaço proporcionava fez com que houvesse novas adaptações arquitetônicas”, afirma Maciel.

Dentro de casa, a maior preocupação dos trabalhadores tem sido manter a privacidade e a produtividade em espaços mais isolados e silenciosos. “Temos feito muitos trabalhos de orientação técnica nesse sentido, principalmente com objetivo de reduzir a reverberação para quem tem de fazer muitas reuniões ou até mesmo dar aulas”, conta Barretto.

Já nos escritórios, pode-se observar, segundo Maciel, um crescente interesse por tratamentos acústicos, tanto nos espaços de trabalho quanto nas áreas de descompressão. “Com a quantidade de reuniões on-line, ter um bom condicionamento acústico para garantir uma boa inteligibilidade nas reuniões tem se tornado fundamental”, explica.

Salas de reuniões também têm recebido maior atenção (Foto: Divulgação/Saint-Gobain)

VELHOS PRODUTOS, NOVAS SOLUÇÕES

Uma das estratégias para minimizar a reverberação do som em home office é usar materiais absorventes próximos da voz. Outro ponto crítico dentro de casa é o isolamento acústico dos ambientes de trabalho. Um home office colado à sala de TV, por exemplo, exigirá um investimento em paredes e portas acústicas.

“Os novos empreendimentos já estão considerando isso. Nos existentes, as pessoas estão usando biombos ou divisórias para sanar esses problemas”, revela Barreto. O uso de elementos como nuvens acústicas, baffles e quadros acústicos, desde que harmonicamente inseridos nos cômodos, é uma opção acústica interessante. O uso de forros ranhuráveis de madeira, por exemplo, tem ser tornado uma opção interessante, pois além de possuir um ótimo acabamento também possui excelentes características acústicas.

 

COMO FICAM OS ESPAÇOS COMPARTILHADOS?

Nos projetos para escritórios, uma série de novas demandas começa a surgir. Salas de conferências individuais, salas de sigilo (para reuniões que precisam de maior atenuação sonora) e uso de divisórias para a proteção entre as unidades de trabalho são duas das principais tendências. Essas divisórias podem, inclusive, cumprir um papel acústico e auxiliar na redução da reverberação.

Além das questões acústicas, outro foco de preocupação é garantir uma boa ventilação e a renovação adequada do ar dentro dos escritórios. “Dois produtos que gosto muito – e vejo que estão crescendo no mercado – são as poltronas e as cabines acústicas”, observa Maciel.

Já do ponto de vista de gestão, a expectativa é de que as empresas optem cada vez mais por estruturas reduzidas e esquemas de trabalho presencial em rodízio. “A ideia é evitar aglomerações dentro de um mesmo ambiente e permitir a melhor circulação possível de pessoas nos espaços”, explica Barretto. Para ela, os chamados open spaces e as salas de descompressão continuarão a existir, embora haja uma preocupação maior em proporcionar o afastamento entre as pessoas. “As áreas compartilhadas demandarão maior gestão de uso, com horários alternados de uso”, completa.

 

Fonte: Gisele Cichinelli/ Portal AECweb

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